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Pai, você é o amigo que me resta nessa família - Dad, you are the friend I have left in this family

Updated: May 24

Meu pai, o amigo que me resta na família


Caronte: Chopin also committed mistakes


Apesar de você achar que eu não posso errar, a gente pode errar, pai, não tem problema.

Deus escreve direito mesmo quando as linhas estão tortas.

 

O feiticeiro, o falso crente,

o ambicioso e o descrente

Fazem o próprio caminho

E enganam a si mesmos

E a toda gente


Mas quem em Deus confia

E a Ele entregou a sua vida,

Sabe, entende e sente

Ele já tem um plano

Já tem caminho em mente


Os personagens, os lugares e os fatos apresentados nas escrituras e em toda outra obra de arte concebida por inspiração divina são, em última análise, representações metafísicas. Mostram a natureza fundamental da realidade, isso inclui os primeiros princípios de ser ou existir, identidade, mudança, espaço e tempo, causa e efeito, necessidade, potencial atualizado e possibilidade. Inclui questões sobre a natureza da consciência, e a relação entre mente e matéria, entre substância e característica e entre o que é potencial e o que é atual.

A metafísica estuda questões relacionadas ao o que é para alguma coisa o existir e que tipos de existência há. A metafísica busca responder, de maneira abstrata e totalmente generalizada, às questões de: O que é isso que existe; A que isso se compara, ou Com o que isso se parece.


Uma coisa 

É ter ‘coração’ de criança

Outra, bem diferente, 

É ‘pensar’ como criança 


 

Purgatório

Canto I


Depois de saírem do Inferno, Virgílio e Dante chegam à praia do Purgatório. Ali sentem o ar mais sereno e veem o céu estrelado. Encontram o guardião daquele reino, Catão de Útica, político romano e personagem da Farsália, de Lucano. O romano os interpela e logo conhece que ambos vêm do Reino dos Mortos a mando dos céus. Diante disso, Catão explica a eles o que devem fazer antes de subirem a montanha do Purgatório. 


“Ao olhar ligeiramente para o outro polo, lá onde a Ursa Maior já tinha desaparecido, vi um velho, sozinho, cujo aspecto era digno de tanta reverência como a que o filho devota ao pai. Tinha uma barba comprida e grisalha como seus cabelos, os quais lhe caíam no peito dos dois lados. Os raios das quatro luzes santas adornavam seu rosto, que eu via como se o sol estivesse à minha frente.

-Quem sois vós que galgastes pelo leito do rio cego, escapando da prisão eterna? - disse ele, mexendo os fios brancos e honestos da barba e cabelo. - Quem vos há guiado ou vos serviu de lanterna, fazendo-vos sair da noite profunda que deixa o vale infernal eternamente escuro? As leis do abismo foram quebradas? Ou mudaram no céu as ordens, deixando vir os danados às minhas grotas?

Meu guia, então, me agarrou e, com palavras e gestos, me fez ajoelhar e baixar a cabeça. Depois respondeu:

-Aqui não cheguei por mim. Senhora desceu do céu, e a pedido dela acompanhei e ajudei este aqui na travessia. E se queres que te explique mais sobre nossa condição, qual sua verdade e como ela é, não posso te negar. Este aqui não viu ainda a noite última, vivo está, mas a sanidade quase lhe escapou de vez, caso eu não chegasse junto dele quando se perdeu. Então, como eu disse, fui enviado até ele para guiá-lo pelo reino dos mortos porque não havia outro caminho, caminho este que me trouxe até aqui. Mostrei a ele todos os condenados e agora pretendo mostrar-lhe os espíritos que purgam seus pecados sob tua custódia. Dizer-te como o trouxe até aqui demoraria muito, vem do alto a virtude que me ajuda a conduzi-lo para ver-te e ouvir-te. Deve agradar-te a chegada dele, pois ele busca a liberdade, tão cara a ti, como sabe bem quem a própria vida recusa em troca dela.

Tu o sabes porque não te foi desonrosa a morte em Útica, onde deixaste a veste que no grande dia vestirás novamente. As leis eternas não foram violadas porque este vive e Minós não me prende, pois venho daquele círculo onde estão os olhos castos de tua Márcia, que por eles ainda teu coração santo pede, que te considera tua ainda. Deixa-nos caminhar pelos teus sete reinos que a ela darei notícias de ti quando eu retornar, e lá embaixo serás lembrado dignamente.


-Dante Alighieri, A Divina Comédia: Purgatório, Canto I

Tradução do italiano, apresentação e notas de Eugênio Vinci de Moraes, L&PM Editores

 

O meu pai é um sofredor,

foi perdendo a esperança na própria vida desde 2009,

porque lhe aconteceu algo que mais temia.

A deficiência visual.

E também aos poucos, com a idade, foi perdendo a esperança no próprio destino.


Eu empurrei o meu pai 3 vezes.


Eu o empurrei a primeira vez em 2010, a outra no início de 2021 e a última quando desesperado, passava pela pior crise emocional da minha vida: não suportava mais a situação de hostilidade naquela casa, me sentia profundamente rejeitado por todos e não tinha para onde ir. Sempre pedia desculpas depois e ficava tudo bem.


Peguei um empréstimo que sabia que não poderia pagar só para poder sair daquela casa, e fui para um hotel. Mas depois de algumas semanas não dava mais pra ficar lá. Então eu tive que voltar pra casa. Foi quando eu empurrei o meu pai da última vez.


Não sabia o que era uma clínica, pensava que era como um hotel. O Paulo César, que eu chamo de Leão por causa do signo dele de leão, tinha antes me indicado uma clínica para eu me internar porque eu gritei com ele várias vezes pelo telefone com raiva da ignorância orgulhosa dele. Ele falou que eu precisava de tratamento.


No site da clínica de que o meu irmão tinha falado, o lugar parecia muito bom.

Em propaganda até o Inferno parece o Paraíso.

Levei notebook, mala cheia de roupas, mochila, as melhores coisas que eu tenho.


O que acabou se revelando uma péssima ideia, porque a minha família me enviou para clínicas clandestinas para dependentes químicos no dia 10 de dezembro de 2021, sendo que esse nunca foi o meu problema!


Lugares onde o método é a mentira, a intimidação, a lavagem cerebral e a imposição de falsa religiosidade!


Ficaram com várias coisas que eu tinha. Uma mala com roupas, um SmartWatch...


Em um ano e sete meses, passei por três clínicas.


Quando eu estava internado na segunda clínica, depois de 10 meses internado, o meu irmão secundogênito, que é oficial de justiça e se tornou príncipe das trevas, ligou falando que o meu pai agora estava muito assustado e, quando falava de mim, falava com desprezo, e disse que não me queria mais em casa, e que era para eu ir morar em outra cidade, o mais longe possível de onde o meu pai e eu moramos a vida toda!


O meu pai mudou de ideia sem que eu soubesse o motivo.

A minha família nunca ligava e se recusavam a participar do tratamento, mesmo sendo dito várias vezes que é indispensável, e quando me ligaram foi pra me dar essa notícia terrível!


Só me restou tentar adivinhar porque o meu pai tinha mudado tanto assim, depois de 10 meses sem me ver, porque o príncipe das trevas não disse!


Discuti com esse meu irmão em outra ligação e ele acabou me internando uma terceira vez em outra clínica.

O que foi melhor diante das circunstâncias, porque eu não teria conseguido sobreviver num lugar totalmente desconhecido, considerando o estado que eu saí em julho do ano passado, e não iria conseguir as bolsas de colostomia que preciso usar, porque leva tempo para conseguir vaga pra começar a receber essas bolsas, isso se estiverem disponíveis naquela cidade. E tenho que trocar as bolsas a cada 5 dias.


Durante a terceira internação, meus três irmãos me enviaram uma carta dizendo que me deixariam voltar pra casa, mas que era pra eu pensar bem porque teria que ficar sozinho, já que o meu pai e o meu irmão mais novo não estariam mais lá.


Mas alguns dias antes do fim da internação, o terapeuta da clínica me disse que o meu irmão mais velho havia ligado tentando extender o contrato, mesmo depois do que tinham prometido pra mim por escrito!


Sorte que o terapeuta João deu uma dura nele e disse que não extenderia a internação se não houvesse um motivo justo.


Se fosse na outra clínica clandestina, com certeza os mentirosos compulsivos de lá teriam aceitado extender o contrato e continuar dizendo sempre que não fazem isso e que são homens que nunca enganam e nunca mentem, como vi diversas vezes fazerem enquanto estive naquelas duas clínicas clandestinas em Cajamar.


Só pude voltar para a casa e a cidade onde morava porque o meu pai teve uma queda, perdeu a memória e a minha família resolveu pelo bem dele, colocá-lo numa casa de repouso.


Saí em julho de 2023.

O tratamento foi pior do que a própria doença!

Saí ainda pior do que quando entrei!


O Deus Todo Poderoso tem sido a minha força para superar todo o mal que me fizeram lá dentro.


E superar sozinho, porque todos da minha família se recusam a falar comigo, a entrar em contato de qualquer modo.


Exceto o meu irmão mais novo, que se mostrou um falso amigo, porque me ajudava apenas para impor sua moral. Não podia falar dos meus problemas nem da realidade das clínicas. Me disse simplesmente: "Esquece e muda!".


Quando tive o meu problema no intestino em 2021, o meu pai se propôs a pagar uma pessoa que vinha aqui em casa cuidar de mim. Era daquele tipo da igreja.

Quis tentar bancar a psicóloga, mas não me ouvia e só falava o tempo todo.


Se aproveitou do meu momento de fraqueza pra tentar me desviar do meu caminho e só falava do que eu fiz e não devia ter feito e que levou a tudo de ruim que aconteceu e não devia ter acontecido.


E infelizmente existe muita psicóloga ruim por aí que pensa assim.

Ao invés de entender e superar o passado, pra ficar tudo acertado,

Procura apagar o passado, afogar o trauma no esquecimento e começar do 'zero'.

Por isso não vê e nem percebe porque sempre existe algum ressentimento e medo de algo na vida que sempre está alí incomodando.

E quando acontece aquela coisa ruim é o trauma que se apresenta e distorce a realidade.

E ensina o seu pobre paciente a pensar assim!


Depois que eu me recuperei o suficiente, o Leão quis cuidar de mim. Disse tudo bem. Depois percebi com o tempo foi custando caro por causa da falsidade do coração dele.

Não fazia nada por mim, mas por ele mesmo, pra servir a sua igreja.

Nem fiel a Deus nem rebelde, mas por si mesmo.


Não tenho me sentido bem, acho que vou ter uma convulsão.

Acho que dessa vez vou ter que me internar voluntariamente.


Mas,


Prefiro muito mais a enfermeira

Tão doce,

Cuja face é como obra de arte


A depender de gente orgulhosa

Tão amarga,

Que faz eu me sentir um nada


O Leão, inquisitor, diante do meu sofrimento vai dizer de novo, que foi por causa das coisas que ando escrevendo. Deus castiga quem é contra a igreja. E o pior, a igreja do espiritismo.


 

Johnny Cash says:

Back about 1918, my father, Ray Cash was in the army in France

Along about armistice day he was one of the proud men to stand inspection by general John J. Pershing

Less than a year later my dad was back on a cotton farm in south-west Arkansas

And, you know, the way of life didn't change very fast back home

He rode a horse about ten miles every Sunday to see Miss Carrie Rivers

In those days, when everyone in a country either rode a horse or wagon or walked

You were probably a stranger if you were five miles from home, or less maybe

Sometimes life was pretty tough so some of the people were tough too

That's why my dad had a Colt .45 stuck in his belt every Sunday

The first thing he always did was to lay his pistol on the manilow of the fireplace at grandpa Rivers

When my parents got married, my mother, Carrie Rivers was 16

After that, it wasn't long 'til daddy wasn't considered a stranger

So he made friends with 'most everybody around

Daddy tells about an Irish immigrant on a railroad where he worked, the Cotton Belt line

Who never stopped talkin' about going back to Dublin

One of the first stories I ever remember my dad tellin' was one that an Irish immigrant told him

And according to that particular source of information

There was this boy, named Daniel McKinney, workin' on the fields one mornin'

And across the fields came his sweetheart Rosa Lee, she came cryin' with tears in her eyes

Later someone put down into a song some of the things that Rosa Lee told Daniel

She said,

"Daniel, there's a bloody war outraging and I've come to tell you that they are wantein' you to fight

Go fight for Ireland but come back to me, Daniel, I'll be waitin'"


Oh, Danny boy, the pipes, the pipes are calling

From glen to glen and down the mountainside

The summer's gone, and all the roses falling

It's you, it's you must go, and I must bide

But come ye back when summer's in the meadow

Or when the valley's hushed and white with snow

I'll be there in sunshine or in shadows

I'll be there, oh Danny boy, I'll miss you so

But if you fall as all the flowers are fallin'

And if you're dead, as dead you well may be

I'll come and find the place where you are lying

And kneel and say an Ave there for thee

But come ye back when summer's in the meadow

Or when the valley's hushed and white with snow

I'll be here in sunshine or in shadows

Oh, Danny boy, oh, Danny boy, I love you so

War is Hell, but even in hell we can dream


 

A Divina Comédia: Inferno

Canto III


O poema discute "o estado da alma após a morte, e apresenta uma imagem da Justiça Divina, dispensada como devida punição ou recompensa", e descreve a jornada de Dante, estando vivo, pelo Inferno (prazer no pecado), Purgatório (arrependimento da predisposição rebelde e cética) e Paraíso (redenção pelo amor).


Alegoricamente, o poema representa a jornada da alma em direção a Deus, começando com o reconhecimento e rejeição do pecado (Inferno), seguida pela penitente vida Religiosa (Purgatório), que é então seguida pela ascensão da alma até Deus (Paraíso).

No poema, o peregrino Dante é acompanhado por três guias: Virgílio, poeta clássico romano, que representa a razão humana, e que o guia por todo o Inferno e muito do Purgatório; Beatriz, que representa revelação divina, graça e fé; e o guia do fim do Purgatório em diante; e Bernardo de Claraval (São Bernardo), que representa misticismo contemplativo e devoção a Maria, mãe de Jesus, guiando-o nos cantos finais do Paraíso.


Os personagens, os lugares e os fatos apresentados nas escrituras e em toda outra obra de arte concebida por inspiração divina são, em última análise, representações metafísicas. Mostram a natureza fundamental da realidade, isso inclui os primeiros princípios de ser ou existir, identidade, mudança, espaço e tempo, causa e efeito, necessidade, potencial atualizado e possibilidade. Inclui questões sobre a natureza da consciência, e a relação entre mente e matéria, entre substância e característica e entre o que é potencial e o que é atual.


A metafísica estuda questões relacionadas ao o que é para alguma coisa o existir e que tipos de existência há. A metafísica busca responder, de maneira abstrata e totalmente generalizada, às questões de: O que é isso que existe; A que isso se compara, ou Com o que isso se parece.


Uma coisa 

É ter ‘coração’ de criança

Outra, bem diferente, 

É ‘pensar’ como criança 


 

Canto III


Os poetas atravessam a porta do Inferno, no alto da qual lê-se a sentença que revela aos ingressantes a realidade da pena eterna e da justiça divina. No vestíbulo do Inferno, veem-se os pusilânimes ou indolentes. Virgílio diz a Dante que os condenados desse lugar não merecem nem a honra nem a infâmia.


Por mim se vai pela cidade dolente

Por mim se vai à eterna dor

Por mim se vai entre as perdidas gentes

A Justiça move-me maiormente

A divina potestade me fez, e

O sumo saber e o primeiro amor também


Diante de mim as coisas não foram criadas

Pois são eternas, e eterna, duro

Deixai toda esperança vós que entrais.


Estas palavras eu as vi escritas em tinta escuríssima no alto de uma porta, o que me levou a dizer:

– Mestre, o sentido dessas palavras me angustia.

E ele me respondeu, lucidamente:

– Aqui convém perder todo o medo, toda covardia deve morrer aqui. Estamos no sítio de que lhe falei, onde tu verás as almas punidas que perderam a noção da verdade.

E depois que, com expressão tranquila, tocou sua mão na minha, senti-me confortado e adentrei o mundo carregado de mistérios.

Ali suspiros, prantos e outros gemidos ressoavam pelo ar onde o brilho das estrelas não chega, o que me fez chorar. Línguas diferentes, falas grotescas, palavras de dor, rasgos de ira, gritos e vozes roucas, além do som de palmas percutindo o próprio corpo, produziam um tumulto incessante naquela atmosfera fosca como a de uma tempestade de areia. Minha cabeça enchia-se de dúvidas, por isso perguntei:

– Mestre, o que é isso que estou ouvindo? E que gentes são estas cuja dor parece abatê-las?

Ele respondeu:

– Esta triste condição é daqueles cujas tristes almas vivem sem infâmia ou honra. No meio delas está o coro de anjos que nem se rebelaram nem foram fiéis a Deus, que só foram fiéis a si mesmos. Os céus os expulsaram para não se diminuírem com sua presença, nem o profundo Inferno os recebe, como recebe os anjos rebeldes que alguma glória ao menos tiveram.

E eu:

– Mestre, e o que é tão penoso a ponto de fazê-los lamentar de modo tão forte?

Respondeu:

– Dir-te-ei rapidamente. Eles nem têm esperança de morrer. Tão obscura e mesquinha foi sua vida que invejam qualquer outro destino diferente do deles. O mundo os ignora e são desdenhados pela misericórdia e pela justiça divinas. Não falemos deles, mas olha e passa.


A Divina Comédia: Inferno, Canto III, Dante Aliguieri. Tradução do italiano, apresentação e notas de Eugênio Vinci de Moraes, L&PM Editores.


 

O leão chamou a polícia


E foi esse meu irmão, o leão, que ultrapassou os limites em 2021, quando eu estava passando pela crise emocional mais difícil da minha vida. Em outubro, eu tive uma discussão com o meu pai, não toquei nele, mas virei a mesa e caiu o prato de sopa dele no chão.


O leão chamou a polícia, ao invés de falar comigo, como um irmão faria! O policial logo viu que não era caso de polícia e foram embora. E foi ridículo ficar ouvindo um policial tentando bancar o psicólogo comigo durante a abordagem. Foi humilhante e irritante. Militar não sabe ouvir sem criticar, porque para eles não pode errar; porque se errar no cumprimento do dever, morre!


Por isso que eu prefiro muito mais as psicólogas, as enfermeiras e as psicanalistas.


Na verdade, ninguém da família nunca me ajudou a superar nada, ao contrário, sempre tiveram o prazer de me humilhar sempre que possível, principalmente o meu irmão mais novo.

Tanto que, de cão fiel que eu sempre fui, acabei me tornando lobo.

O que talvez eles não saibam é que agora eu sou raposa, daquelas que não caem em armadilha alguma.


 

Agora vivo só na casa do meu pai


Agora vivo só na casa do meu pai

Abandonado por toda família

Até por tia que disse que isso nunca faria

Sonhando com vida nunca vivida

E com amor nunca amado


Mas por Deus ainda sou bem amado

Por isso na verdade não me sinto só

Na verdade sei que sou muito amado

Depois da tempestade,

Sempre vem o raiar do sol.


Mas o anjo do Senhor já me avisou

Por causa da única que te seduziu

Vai pagar o preço do resgate


Toda sua força vai perder

E toda sua fé vai morrer


Desde então tenho sofrido dia e noite

Tempestades de vento e de fogo

Pois não há maior tristeza na vida

Do que aquela de amor sempre perdido


 

Sou eu mesmo a jóia da coroa


“Te ver e não te querer

É improvável, é impossível

Te ter e ter que esquecer

É insuportável, é dor incrível”


Até meus 15 anos eu gostava do meu povo

Me achava bonito e inteligente

Não sabia nada do que é indecente

Depois, foi como morrer de novo


Após grande conquista, ao invés da vitória

De todos tanta inveja, que perdi toda a glória

E nunca mais deixaram de me perseguir

Cortaram pra sempre as asas do meu porvir


Se só por um dia tivesse de mãe o amor

Seria livre pra poder viver, suportar a dor

Mas até de pai ouvi que não se importaria

Se eu vivia ou se eu morria


E de irmão, do coração mais duro sem razão

Ouvi que era tudo só questão de opinião

Que era tudo fácil, só esquecer e mudar

E não importa se não puder sonhar


‘Problema todos têm,

Não é melhor que ninguém’


Até os 30 suportei tudo aquilo calado

Até conhecer orientação freudiana

Que sei, a muitos assim engana

Mas encantou-me o coração revoltado


Então de cão fiel que sempre fui

Tornei-me lobo cruel que tudo rui

E como guerreiro oriental antigo

Derrubei o Leão sem ver o perigo


E após 19 meses refugiado de casa

O Senhor me fez o dono da casa

Pois a família até sem querer me perdoa

Pois percebe, sou eu mesmo a jóia da coroa


 

Ao povo da igreja de ontem e de hoje


O Leão é o inquisitor,

Dentro de mim e nas pessoas a minha volta.

Aquele que dia e noite acusa o nosso povo diante do seu Deus


É o povo da igreja que não é frio nem quente, mas é morno

Assim, porque é morno, e não é frio nem quente,

Cristo o fará cair em descrédito


"E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve:

Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!

Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.

Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;

Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.

Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te."

- Apocalipse 3:14-19


senhor perdoai-me porque eu pequei
Senhor, perdoai-me porque eu pequei

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